A empreendedora que transformou a paixão por pães em negócio

Hoje vou contar a história da Roberta (siga ela nas suas redes sociais @conceitopaesartesanais) , uma mulher corajosa e muito determinada, que está superando as dificuldades exatamente porque começou a trabalhar com panificação e mudar de vida.

Ela literalmente transformou a paixão por pães em fonte de renda para a família e provou que é possível empreender vendendo pão caseiro.

Ela me contou sobre sua trajetória de vida e fiquei encantada! Não me contive e pedi autorização para escrever esse texto e publicar aqui, para que vocês também possam se inspirar com essa história de coragem, determinação e empreendedorismo, que realmente transforma vidas, e quem sabe começar a vender pão ai da sua casa também.

Espero que a experiência dela possa incentivar mais pessoas a sair da zona de conforto e colocar a mão na massa (desculpe o trocadilho, mas se encaixa perfeitamente, rs…)

A história da Roberta

Em tempos de crise e desemprego alto, muitas vezes o empreendedorismo deixa de ser uma escolha para se tornar a única opção. Mas isso não é necessariamente ruim, pelo contrário, pode ser a oportunidade que faltava para que a pessoa possa mudar o rumo da vida e seguir uma profissão muitas vezes mais prazerosa e com resultados surpreendentes.

Esse foi o caso da Roberta de Souza Xavier Silva, de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, que transformou a paixão por pães em uma nova profissão. 

Roberta tem curso superior. É formada em Tecnóloga de Recursos Humanos, iniciou uma pós graduação em Administração e Finanças, mas não concluiu. Trabalhou por 12 anos na área, com carteira assinada.

Depois de um tempo trabalhando no mercado formal, começou a pensar em passar mais tempo com a família, dar mais atenção aos filhos. Isso foi em janeiro de 2018. “Como meu marido trabalhava também, tomei a decisão de ficar em casa e cuidar da família. Tenho dois filhos, o mais velho tem 9 anos e o caçula completou 3 anos”. 

Alguns meses depois, viu que a situação não seria tão simples assim, até porque a família estava passando por uma situação financeira complicada e agora só podia contar com uma fonte de renda que era o emprego de motorista particular do marido. Roberta explica que começou a pensar em uma forma de ajudar no orçamento doméstico, mas sabia que voltar ao mercado de trabalho não era a melhor opção, mesmo porque, com duas crianças, não seria fácil conciliar os horários.

Foi então que ela teve a ideia de trabalhar com panificação e fazer pães para vender, assim poder complementar a renda. “Já fazia pães pra minha família e todos gostavam muito, mas nunca tinha vendido”, conta.

A primeira fornada de pão para vender

O começo não foi fácil. Roberta explica que acordou numa manhã de outubro de 2018, muito animada para começar a fazer pães para vender, mas percebeu que tinha muito pouco material. Apenas dois quilos de farinha de trigo, um pouco de manteiga, alguns ovos, leite e um saquinho de fermento biológico seco. “Minha mãe me emprestou mais cinco quilos de farinha e meu marido pegou um pouco do dinheiro que ele usaria para as despesas do trabalho dele e me emprestou para poder comprar mais material”, explicou.

Os primeiros pães foram vendidos para parentes e amigos e no mesmo dia ela conseguiu pagar de volta o dinheiro que o marido havia emprestado.

Aprendizado e capacitação para trabalhar com panificação

Roberta conta que buscou se capacitar para melhorar a qualidade dos produtos que vende. Fez um workshop com um padeiro da sua cidade e aprendeu bastante também na internet, pegando dicas e informações de pessoas mais experientes, nas redes sociais, blogs.

Confira aqui outras dicas de panificação e receitas testadas e comprovadas

A Fermentação Natural

Quando fez o workshop sobre panificação, Roberta teve o primeiro contato com a fermentação natural. Ela ganhou um pouco de Levain do instrutor do curso. Hoje enxerga bastante potencial na fermentação natural e acha que esse pode ser um diferencial para seu projeto.

“Apesar de gostar e trabalhar bastante com os pães de fermento biológico, que também tem uma grande aceitação no meu público, eu quero agora começar a trabalhar com os pães de fermentação natural também. Aqui na minha região pouca gente faz esse tipo de pão e acho que seria um bom diferencial para o meu negócio.

Trabalhar com Panificação Virou Negócio de família

Até o final do ano passado, o marido de Roberta trabalhava como motorista para uma família de Petrópolis, mas essa família se mudou para o Rio de Janeiro e não precisou mais dos serviços de motorista. “Ele ficou desempregado e começou a me ajudar a vender os pães”, conta. “Ele é bom com vendas e nas primeiras vezes que saiu pra vender os pães,  voltou com a produção praticamente toda vendida”.

Roberta e o marido decidiram então que não iriam mais procurar emprego e iriam se dedicar em tempo integral ao negócio de vender pão.

Ela conta que fez panfletos para divulgação do negócio, criou uma etiqueta, o que deu outra cara para o produto. “Aos poucos as pessoas estão conhecendo o produto e estão gostando bastante”, comenta. “Hoje me vejo todos os dias ocupada na cozinha, produzindo muito pão e está dando muito certo, estamos vendendo todos os pães que produzo”. 

Empreender para vender pão caseiro

A cultura em nosso país é de que, para se ter uma renda, é preciso ter um emprego. As pessoas tem até um certo preconceito em trabalhar por conta própria. ‘O bom é ter carteira assinada’, dizem por ai.

Por muito tempo se espalhou um costume no Brasil de que só quem podia ter um negócio era quem já tinha dinheiro. Mas as coisas estão mudando.

Roberta diz que também pensou nisso. “Agente tem essa cultura de que para ter dinheiro é preciso trabalhar para outra pessoa, ter um patrão, mas não é bem assim. Podemos sim ter um negócio próprio, começar com o que temos e produzir”.

Investimentos e o futuro

Roberta conta que, com aproximadamente cinco meses de negócio, já investiu R$ 500 em um forno de lastro seminovo para aumentar a produção.

Por enquanto a ideia é continuar com a fabricação caseira e crescer aos poucos, quem sabe no futuro aumentar mais o espaço de produção, contratar mais gente para produzir mais. “Vamos seguir com os pés no chão e crescer com consistência, conforme a divulgação vai atingindo mais pessoas e vamos conquistamos mais clientes”, explicou.

Roberta não revela o faturamento, mas disse que vende em torno de 140 pães por semana.

“As pessoas estão gostando, encomendando e tenho cada vez mais certeza de que estou no lugar certo agora”.

Diante dos desafios, que ela diz saber que são grandes, o importante é manter o foco e a positividade. “Sabemos que agora queremos viver do pão e que isso pode trazer muitas coisas boas para nossa família. Ainda não posso dizer que estou realizada financeiramente, mas a realização pessoal que esse trabalho me traz é grande”, concluiu.

Bom pessoal, então é isso. Espero que a história da Roberta tenha inspirado tanto vocês quanto inspirou a mim. A trajetória dela só prova que é possível empreender e trabalhar com panificação.

A Roberta tem uma página no Instagram aonde compartilha todos os pães lindos que faz. Para saber mais, siga ela em: @conceitopaesartesanais

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